Da combinação resultam
químicas decompostas
males
remédios
o tédio faz vítimas
em mundos transversos
insuficientes aos sentidos
necessitados de afeição
e carinho
amores desconsolados
motivam raivas
e gritos
a insatisfação em frascos
de falsos remédios na ilusão
da conquista do sorriso
de quem dorme horas incertas.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
NÉVOA CONCRETADA
(como) a névoa não resiste
ao calor do dia
e se dissipa
não posso
me esconder em névoas interiores
tenho os dias apropriados
de calores para mostrar
a quem me vê
não sou o imaginado
das horas esmaecidas
em úmidas respostas
sobre figuras ignoradas
não se dissipam os prédios
que restringem a vista: encerram
a paisagem em concretas construções
o calor do dia não as acolhe.
(Pedro Du Bois, inédito)
ao calor do dia
e se dissipa
não posso
me esconder em névoas interiores
tenho os dias apropriados
de calores para mostrar
a quem me vê
não sou o imaginado
das horas esmaecidas
em úmidas respostas
sobre figuras ignoradas
não se dissipam os prédios
que restringem a vista: encerram
a paisagem em concretas construções
o calor do dia não as acolhe.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
SONS
é preciso desligar
as máquinas
evitar ruídos
a surdez temporária
na invalidez permanente
recobrar a audição
no instante em que a natureza
nos faça ouvir suas vozes
o vento tem o motivo
para nos trazer de volta
para sempre ouviremos
sons inatingíveis em escalados
zênites ao voltarmos em poucos
diapasões ao nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
as máquinas
evitar ruídos
a surdez temporária
na invalidez permanente
recobrar a audição
no instante em que a natureza
nos faça ouvir suas vozes
o vento tem o motivo
para nos trazer de volta
para sempre ouviremos
sons inatingíveis em escalados
zênites ao voltarmos em poucos
diapasões ao nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 23 de agosto de 2014
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
HORIZONTE
Traduzo o horizonte
em última linha
de resistente razão
assistida no instinto
borda incontornável no além
espaço. O círculo se faz perfeito
no que lhe falta. Ângulos aonde
os cantos retém o tempo
a distância se amplia na minha proximidade
em voltas inconsequentes da partida
no desencontro repetido na náusea
que cobre o mundo conhecido
ampliado
reencontro na distância a passadiça
fuga. Não tenho respostas ao amainar
da angústia: cores programam ventos espelhados.
(Pedro Du Bois, inédito)
em última linha
de resistente razão
assistida no instinto
borda incontornável no além
espaço. O círculo se faz perfeito
no que lhe falta. Ângulos aonde
os cantos retém o tempo
a distância se amplia na minha proximidade
em voltas inconsequentes da partida
no desencontro repetido na náusea
que cobre o mundo conhecido
ampliado
reencontro na distância a passadiça
fuga. Não tenho respostas ao amainar
da angústia: cores programam ventos espelhados.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
PROMESSAS
A terra prometida na miragem
não avistada no choro incontido
da criança que sobre a pedra
olha futuros descumprimentos:
nas mãos o jornal enumera
a liberação da verba rescisória
no dinheiro contado na travessia
no outro lado o lago entrega a graça
pela promessa cumprida em etapas
na ânsia da conquista
raiva e ódio
aflorados na resposta
não há a terra na promessa falsificada
em desculpas na rememoração
a pedra prende o corpo cansado
- determina a hora do descanso.
Cobre o rosto com a folha do jornal: desiste.
não avistada no choro incontido
da criança que sobre a pedra
olha futuros descumprimentos:
nas mãos o jornal enumera
a liberação da verba rescisória
no dinheiro contado na travessia
no outro lado o lago entrega a graça
pela promessa cumprida em etapas
na ânsia da conquista
raiva e ódio
aflorados na resposta
não há a terra na promessa falsificada
em desculpas na rememoração
a pedra prende o corpo cansado
- determina a hora do descanso.
Cobre o rosto com a folha do jornal: desiste.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
PERDÃO
perdão concedido
pelo crime
de fuga e fracasso
dívida contraída
na promessa de orações
em surdina
para não acordar
o poderoso
impaciente
em cobranças
no perdão ressurgem famílias
em quilômetros percorridos
- guardam os deuses
do amanhã.
(Pedro Du Bois, inédito)
pelo crime
de fuga e fracasso
dívida contraída
na promessa de orações
em surdina
para não acordar
o poderoso
impaciente
em cobranças
no perdão ressurgem famílias
em quilômetros percorridos
- guardam os deuses
do amanhã.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 17 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
REVISITAR
Expõe a glória
em recôndita história
de memória
repete números
em combinações
e letras em arrumações
afirma o passado
(vivenciado)
esquecido em horas
embrulha letras e números
na desconsideração da lembrança
e retorna
do passado revisitado
e arquivado.
(Pedro Du Bois, inédito)
em recôndita história
de memória
repete números
em combinações
e letras em arrumações
afirma o passado
(vivenciado)
esquecido em horas
embrulha letras e números
na desconsideração da lembrança
e retorna
do passado revisitado
e arquivado.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
CONFIRMAÇÃO
A confirmação do ato na sagração
do profano fato reconduzido ao ápice:
a montanha agita entranhas
e expele gases. Recoloca suas paredes
em níveis onde o magma se reacomoda:
cessa o movimento e o instante
se perpetua em pompéias escavadas
na lembrança da fuga: ficar escondido
ser consumido em labaredas
coberto de cinzas. Espinhos
da história: esquecer, olvidar, apagar o fogo
inconsumido na passagem. Crença estendida aos pés
dos passantes na indelével procissão
que se afasta no vagar de lenta agonia.
Não a vida no sentir desnecessário
o passo: a substância na fuga requer
a reafirmação do espírito recuperado.
(Pedro Du Bois, inédito)
do profano fato reconduzido ao ápice:
a montanha agita entranhas
e expele gases. Recoloca suas paredes
em níveis onde o magma se reacomoda:
cessa o movimento e o instante
se perpetua em pompéias escavadas
na lembrança da fuga: ficar escondido
ser consumido em labaredas
coberto de cinzas. Espinhos
da história: esquecer, olvidar, apagar o fogo
inconsumido na passagem. Crença estendida aos pés
dos passantes na indelével procissão
que se afasta no vagar de lenta agonia.
Não a vida no sentir desnecessário
o passo: a substância na fuga requer
a reafirmação do espírito recuperado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
SINAIS
O sinal indica a entrada
caminho bifurcado
ubiquidades
velejadas em mares conhecidos
lados sinalizam o destemor
em voltar à casa
de onde cedo saímos
a trajetória inversa nas setas circulares
autômatos em sequências esquecemos as marcas
perdidas no caminhar constante: o som irritante
das máquinas com que o coração recebe o sangue
e o borrifa ao lado sinaliza a vida conhecida
abrir
e fechar canais de contato
carnal: esvaziar o óvulo
no reconhecer os signos
dos sinais da morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
caminho bifurcado
ubiquidades
velejadas em mares conhecidos
lados sinalizam o destemor
em voltar à casa
de onde cedo saímos
a trajetória inversa nas setas circulares
autômatos em sequências esquecemos as marcas
perdidas no caminhar constante: o som irritante
das máquinas com que o coração recebe o sangue
e o borrifa ao lado sinaliza a vida conhecida
abrir
e fechar canais de contato
carnal: esvaziar o óvulo
no reconhecer os signos
dos sinais da morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
domingo, 10 de agosto de 2014
EPÍTETOS
a idiotia preconceituosa dos atores
na cena permanente das risadas
em que a dor é a rejeição da amada
mentecapto cérebro esquecido
das funções de sobrevivência
no tolo desenlace do sentido
não mede a profundidade do golpe
em que agoniza no repelir o gesto
de ajuda no rosto em lágrimas
de outras lutas e a invejosa
certeza do que termina
atrasado no instante se revela
na segurança com que apara
o golpe e lança sua cartada
na espera viva da ordinária
vida de despedida e saudade.
(Pedro Du Bois, inédito)
na cena permanente das risadas
em que a dor é a rejeição da amada
mentecapto cérebro esquecido
das funções de sobrevivência
no tolo desenlace do sentido
não mede a profundidade do golpe
em que agoniza no repelir o gesto
de ajuda no rosto em lágrimas
de outras lutas e a invejosa
certeza do que termina
atrasado no instante se revela
na segurança com que apara
o golpe e lança sua cartada
na espera viva da ordinária
vida de despedida e saudade.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 9 de agosto de 2014
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
AMANTES
Descobertas expõem
inúmeras carcaças
ossos
e peles
o vento traz o gosto
no gesto determinado
na forma da chuva
vista ao longe
peles e ideias
a sensibilidade da angústia
em choro e lágrimas
na raiva inconsentida
são amantes as partes
e suas peles demonstram
vontades.
(Pedro Du Bois, inédito)
inúmeras carcaças
ossos
e peles
o vento traz o gosto
no gesto determinado
na forma da chuva
vista ao longe
peles e ideias
a sensibilidade da angústia
em choro e lágrimas
na raiva inconsentida
são amantes as partes
e suas peles demonstram
vontades.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
SONS
Em macios tapetes
transitam botas
mortes
forças
o desgaste mostra
o duro piso
castigado
ouvir passos
botas
mortes
ameaças
novos tapetes
abafam os sons.
(Pedro Du Bois, inédito)
transitam botas
mortes
forças
o desgaste mostra
o duro piso
castigado
ouvir passos
botas
mortes
ameaças
novos tapetes
abafam os sons.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 5 de agosto de 2014
domingo, 3 de agosto de 2014
NÃO RECONHECER
Vejo sua face
como me ensinaram
- igual a minha -
a ver e a reconhecer
minha face
enseja meu castigo
e martírio
não assumo o crime
nem renasço em novo dia
minha vida abrange
dias e noites em desconhecida
face de sobrevivência.
(Pedro Du Bois, inédito)
como me ensinaram
- igual a minha -
a ver e a reconhecer
minha face
enseja meu castigo
e martírio
não assumo o crime
nem renasço em novo dia
minha vida abrange
dias e noites em desconhecida
face de sobrevivência.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 2 de agosto de 2014
OBSTAR
Obstáculos alongam o caminho
música distorcida
animais ferozes
de imaginação infértil
infiéis responsáveis
pelo crime: respira orgulhos e ordena
aos espíritos que se encontrem sob
a pedra alçada ao altar
sacrifício e platô de visões
duradouras em terras
desconhecidas: estações limitam
ações no ódio fomentado
pela morte. Eremitas conhecem
as regras
desconfiam das identidades
e na treva solitária escolhem
um e outro em indiferente passo
o igual difere
do esquisito
no estranho extrato
reconhecido: espelhados vultos
imagináveis do atraso bloqueiam
a volta ao futuro: o cetro da coroação
sobreposto ao obstáculo em defesa
e amparo onde amaina o ímpeto.
(Pedro Du Bois, inédito)
música distorcida
animais ferozes
de imaginação infértil
infiéis responsáveis
pelo crime: respira orgulhos e ordena
aos espíritos que se encontrem sob
a pedra alçada ao altar
sacrifício e platô de visões
duradouras em terras
desconhecidas: estações limitam
ações no ódio fomentado
pela morte. Eremitas conhecem
as regras
desconfiam das identidades
e na treva solitária escolhem
um e outro em indiferente passo
o igual difere
do esquisito
no estranho extrato
reconhecido: espelhados vultos
imagináveis do atraso bloqueiam
a volta ao futuro: o cetro da coroação
sobreposto ao obstáculo em defesa
e amparo onde amaina o ímpeto.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Revista Cerrado Cultural
Aventar, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2014/08/frenesi.html
Calma, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/calma.html
Solo e Água, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/solo-e-agua.html
Ter, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/ter.html
http://valeemversos.blogspot.com.br/2014/08/frenesi.html
Calma, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/calma.html
Solo e Água, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/solo-e-agua.html
Ter, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/08/ter.html