a fome assume formas
esquisitas maneiras
sobre o corpo ao lado
avança os dentes
consome o vazio
onde se alimenta
o nada satisfaz a angústia
de se dizer presente: maldosos
comentários em superficiais
noticiários
o olho acompanha a presa
em fuga: cerca
cerceia
avança
sobre o corpo
que escapa
a fome é pronúncia inócua
da ignorância: ganância repetida
ambição desmedida
no amargo do estômago
vazio.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
INFANTIS
Sofás adquirem voz
e corpos falam
sobre assentos
e assentados
o guarda-roupa
se transforma no cavalo
e a nave voa espaços
inexplorado o tempo
se repete
ainda cedo
e verde
o corpo infantil se transfigura
em fragmentadas imagens
de vidas imaginadas
o sofá se resume no ponto
de voragem entrevisto
no futuro: o sofá
é o mundo.
(Pedro Du Bois, inédito)
e corpos falam
sobre assentos
e assentados
o guarda-roupa
se transforma no cavalo
e a nave voa espaços
inexplorado o tempo
se repete
ainda cedo
e verde
o corpo infantil se transfigura
em fragmentadas imagens
de vidas imaginadas
o sofá se resume no ponto
de voragem entrevisto
no futuro: o sofá
é o mundo.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 27 de julho de 2014
ESPERA
Malgrado o gesto
permanece a esperança
(era certeza)
do reencontro
estou pronto
ao enlace
e a corda cede
o pouco
presente ao ato
a resposta exposta
espanta o presente
esse o gesto
não a sentença.
(Pedro Du Bois, inédito)
permanece a esperança
(era certeza)
do reencontro
estou pronto
ao enlace
e a corda cede
o pouco
presente ao ato
a resposta exposta
espanta o presente
esse o gesto
não a sentença.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 26 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
OS QUE VIERAM
De onde vieram esses homens sérios e tristes
raivosos seres de impropérios e ameaças
vis são suas palavras ininteligíveis
horrendas as vestes de escuro e morte
esquisitas faces de outros nortes
difíceis cores de quase nada
fúria
peste
doença
fome
miséria
guerra
náusea
morte
sobre o esquife a bandeira
no silêncio dos outros
a salva de tiros
o embarque.
(Pedro Du Bois, inédito)
raivosos seres de impropérios e ameaças
vis são suas palavras ininteligíveis
horrendas as vestes de escuro e morte
esquisitas faces de outros nortes
difíceis cores de quase nada
fúria
peste
doença
fome
miséria
guerra
náusea
morte
sobre o esquife a bandeira
no silêncio dos outros
a salva de tiros
o embarque.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 24 de julho de 2014
quarta-feira, 23 de julho de 2014
VERDADES
(Repetida) a verdade
cristaliza a ideia da efemeridade
imutável e serena não fossem
vidas volúveis em sentenças
e dias rápidos em mudanças
personagens nascem e movem
caminhos áridos
lisos em tentativas
de ignorâncias
e conhecimentos (a)guardados
para nunca
no sempre acomodado
em raios e sóis destampados
repete a verdade em águas
passadas sob fontes (modificadas).
(Pedro Du Bois, inédito)
cristaliza a ideia da efemeridade
imutável e serena não fossem
vidas volúveis em sentenças
e dias rápidos em mudanças
personagens nascem e movem
caminhos áridos
lisos em tentativas
de ignorâncias
e conhecimentos (a)guardados
para nunca
no sempre acomodado
em raios e sóis destampados
repete a verdade em águas
passadas sob fontes (modificadas).
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 22 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
PORTE
A melhor parte
osso
feito lança
maça
enfeita
nariz
e orelha
jogo do osso
vista vida
e morte
segredo (revelado)
sobre a palha.
(Pedro Du Bois, inédito)
osso
feito lança
maça
enfeita
nariz
e orelha
jogo do osso
vista vida
e morte
segredo (revelado)
sobre a palha.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 20 de julho de 2014
sábado, 19 de julho de 2014
TRAIÇÃO
Somos a geração traída
no golpe a destroçar os sonhos
juvenis de redenção
e liberdade
no amor vendido na livre
manifestação do corpo
de profissões multiplicadas
em empregos de fraca remuneração
onde nossa permanência estável
e sisuda - mera matemática -
estava restrita ao silêncio
ao esquecimento
aos rumores sobres os capturados
nos desvios dos pensamentos
nos desvãos dos minotauros
quando nos mandaram recordar o pesadelo
estávamos velhos para sermos o novo: somos
descartáveis figuras sem sentido
e sem passado: emparedados em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
no golpe a destroçar os sonhos
juvenis de redenção
e liberdade
no amor vendido na livre
manifestação do corpo
de profissões multiplicadas
em empregos de fraca remuneração
onde nossa permanência estável
e sisuda - mera matemática -
estava restrita ao silêncio
ao esquecimento
aos rumores sobres os capturados
nos desvios dos pensamentos
nos desvãos dos minotauros
quando nos mandaram recordar o pesadelo
estávamos velhos para sermos o novo: somos
descartáveis figuras sem sentido
e sem passado: emparedados em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 18 de julho de 2014
quinta-feira, 17 de julho de 2014
PAIS
Extremado pai
de todas as horas
o perdão
a glória
no entreato em fosco vidro
mostrado na extensa área
filhos assoberbados
em esperas: chegar antes
ser buscado depois
extremado pai
de tantos afazeres
o perdão
concedido na medalha
pelo constante atraso
no descaso com que trata a vida
filhos represados
em esperas: o amor consentido
e a hora apropriada dos discursos.
(Pedro Du Bois, inédito)
de todas as horas
o perdão
a glória
no entreato em fosco vidro
mostrado na extensa área
filhos assoberbados
em esperas: chegar antes
ser buscado depois
extremado pai
de tantos afazeres
o perdão
concedido na medalha
pelo constante atraso
no descaso com que trata a vida
filhos represados
em esperas: o amor consentido
e a hora apropriada dos discursos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 16 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
MOFO
O riso mofado no equilíbrio
entre água e calor
de vidas irremediáveis
o apodrecer dos sentidos na crosta
que reveste a carne seduzida em abandono
na defesa inerme da parte putrefata
o apagar das velas desconsola
os que se retiram em silêncio
o rosto amarfanhado tem o amparo
das mãos ásperas de quem resta
o riso mofado expõe o malmequer
enquanto flor jovem entre tantas
o mofo exala o final da hora.
(Pedro Du Bois, inédito)
entre água e calor
de vidas irremediáveis
o apodrecer dos sentidos na crosta
que reveste a carne seduzida em abandono
na defesa inerme da parte putrefata
o apagar das velas desconsola
os que se retiram em silêncio
o rosto amarfanhado tem o amparo
das mãos ásperas de quem resta
o riso mofado expõe o malmequer
enquanto flor jovem entre tantas
o mofo exala o final da hora.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 14 de julho de 2014
domingo, 13 de julho de 2014
VÍCIOS
A voz sussurra
pecados disponibilizados
no preço barateado
dos desencontros
o vício é interpretação
a preencher a hora
antes que o sussurro
o transforme em cobrança
o vício reinstala na mente
o além emprego do corpo
em funções utilitárias
no vício o corpo sente
a destruição das pontes
ao se reduzir ao começo
o grito no fim do sonho
é recomeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
pecados disponibilizados
no preço barateado
dos desencontros
o vício é interpretação
a preencher a hora
antes que o sussurro
o transforme em cobrança
o vício reinstala na mente
o além emprego do corpo
em funções utilitárias
no vício o corpo sente
a destruição das pontes
ao se reduzir ao começo
o grito no fim do sonho
é recomeço.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 12 de julho de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
NA NOITE
A verdade
flui
o arbusto
cede
o caminho
espana
o carro
passa
espero
o tempo findo
das lembranças
em verdades fluídas
derrubo arbustos
cedo caminhos
esparramo carros
passo.
(Pedro Du Bois, inédito)
flui
o arbusto
cede
o caminho
espana
o carro
passa
espero
o tempo findo
das lembranças
em verdades fluídas
derrubo arbustos
cedo caminhos
esparramo carros
passo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
SABER
Do que é trazido pelo vento
sua presença acredita
ser a decisão acertada
são folhas soltas
que não credita
ao estertor do corpo
humilde da consciência
não tem paciência
e a mente insiste
há o tempo
sabe.
(Pedro Du Bois, inédito)
sua presença acredita
ser a decisão acertada
são folhas soltas
que não credita
ao estertor do corpo
humilde da consciência
não tem paciência
e a mente insiste
há o tempo
sabe.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 8 de julho de 2014
segunda-feira, 7 de julho de 2014
RESULTADO
Sou resultante de inventos
experiências
misticismo
e magia
perfumes em odores
unhas cortadas em homenagem
ao dilúvio a pele ressecada
dos velhos conduz ao labirinto
das inverdades invernadas
invernos claudicantes
o ciclone desarruma a pele
e desfaz a naturalidade da espécie
inventado
perco a fórmula da costura
desacostumada em períodos
de enfermidades
a náusea retoca minha face
em esgares de incapacidade
aflorada em olhos de espaços
curtos
cegos
certos.
(Pedro Du Bois, inédito)
experiências
misticismo
e magia
perfumes em odores
unhas cortadas em homenagem
ao dilúvio a pele ressecada
dos velhos conduz ao labirinto
das inverdades invernadas
invernos claudicantes
o ciclone desarruma a pele
e desfaz a naturalidade da espécie
inventado
perco a fórmula da costura
desacostumada em períodos
de enfermidades
a náusea retoca minha face
em esgares de incapacidade
aflorada em olhos de espaços
curtos
cegos
certos.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 5 de julho de 2014
SEPARAÇÕES
Separados
os homens esquecem
o todo início
rasgo
vento suspenso
o verão repele corpos
em suor
calor
caloroso cumprimento
de abraços e beijos
homens
separados em raças
credos
vivos
na explosão
da desgraça cantada
em prosa e verso
sobra ao cego
- cantador das ardências -
o trabalho de minorar distâncias
ver em cada homem o destemor
com que a virtude funde suas artes.
(Pedro Du Bois, inédito)
os homens esquecem
o todo início
rasgo
vento suspenso
o verão repele corpos
em suor
calor
caloroso cumprimento
de abraços e beijos
homens
separados em raças
credos
vivos
na explosão
da desgraça cantada
em prosa e verso
sobra ao cego
- cantador das ardências -
o trabalho de minorar distâncias
ver em cada homem o destemor
com que a virtude funde suas artes.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 4 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
VERDADE
A verdade sucumbe revelações
o encontro o choque
a pronúncia a aceitação
o verbo esgotado na ativa
condução da frase
a crase sucede o tempo
dos impropérios na obsessão
pelo divertido armário
de onde saltam guardados
heróis das resistências
não são verdades em grupos
de miragens na realidade (inexistente)
em que acham bastar ao corpo
o sustento e faltar ao sonho a viagem
translativa em malas e sacolas
o plástico cobre o corpo
em homenagem que a verdade
em bronze eterniza o pouco tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
o encontro o choque
a pronúncia a aceitação
o verbo esgotado na ativa
condução da frase
a crase sucede o tempo
dos impropérios na obsessão
pelo divertido armário
de onde saltam guardados
heróis das resistências
não são verdades em grupos
de miragens na realidade (inexistente)
em que acham bastar ao corpo
o sustento e faltar ao sonho a viagem
translativa em malas e sacolas
o plástico cobre o corpo
em homenagem que a verdade
em bronze eterniza o pouco tempo.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 1 de julho de 2014
Revista Cerrado Cultural
Responsável, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/responsavel.html
Trajetória Oposta, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/trajetoria-oposta.html
Pano, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/pano.html
Música, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/musica.html
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/responsavel.html
Trajetória Oposta, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/trajetoria-oposta.html
Pano, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/pano.html
Música, em:
http://revistacerradocultural.blogspot.com.br/2014/07/musica.html
SUAS
Retira da palavra
o silêncio dito reticências
leva a dúvida da pergunta
na irrealidade das apostas
no escuro tempo
refaz as sombras
os passos ausentam
compromissos
irrespondíveis vidas
impermeáveis em amores
descoloridos
a musa esconde segredos
na juventude que termina.
(Pedro Du Bois, inédito)
o silêncio dito reticências
leva a dúvida da pergunta
na irrealidade das apostas
no escuro tempo
refaz as sombras
os passos ausentam
compromissos
irrespondíveis vidas
impermeáveis em amores
descoloridos
a musa esconde segredos
na juventude que termina.
(Pedro Du Bois, inédito)