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segunda-feira, 30 de junho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
CORPOS
Desaqueça o corpo
não é hora de contatos
só as mãos estão quentes
nos movimentos do trabalho
a carcaça fria prenuncia
o fato nos relógios badalados
no frio olhar adiante
e ao lado transcendente
de alma e espírito caricato
morte não acontecidas
no ferimento e anseios e meios
em águas profundas no cobrir
corpos exangues sem feições
feições próprias dos ares
e corpos sobre a cama
onde gestos denunciam
o movimento da entrega.
(Pedro Du Bois, inédito)
não é hora de contatos
só as mãos estão quentes
nos movimentos do trabalho
a carcaça fria prenuncia
o fato nos relógios badalados
no frio olhar adiante
e ao lado transcendente
de alma e espírito caricato
morte não acontecidas
no ferimento e anseios e meios
em águas profundas no cobrir
corpos exangues sem feições
feições próprias dos ares
e corpos sobre a cama
onde gestos denunciam
o movimento da entrega.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 28 de junho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
AVINAGRAR
O vinho bebido
em curtos goles
sôfregos
instante em que andarilhos
surgem dizendo cumprir profecias
o vinho embebeda o corpo
em curtos goles
trôpegos
fossem lágrimas infantis
na espera de acordes
de outonos: andarilhos
em lendas de profecias
no vinho o equilíbrio
e o copo caído
sobre a mesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
em curtos goles
sôfregos
instante em que andarilhos
surgem dizendo cumprir profecias
o vinho embebeda o corpo
em curtos goles
trôpegos
fossem lágrimas infantis
na espera de acordes
de outonos: andarilhos
em lendas de profecias
no vinho o equilíbrio
e o copo caído
sobre a mesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 26 de junho de 2014
quarta-feira, 25 de junho de 2014
(A)GUARDAR
Não guarde dos sonhos
as revelações das profecias
não concretizadas
não guarde da insônia
a raiva pela tensão
no atraso da vírgula
ao regular as frases
não guarde papéis de balas
de miúdas letras saudosas
no amargo do retorno
não guarde o embalo do berço
na voz suave do acalanto
em gesto de autoridade
não guarde na memória
o sono inconcluso da infância
no acordar repleto de verdades
não (a)guarde o transcorrer
das horas na inexistência do tempo
em que você é quem passa.
(Pedro Du Bois, inédito)
as revelações das profecias
não concretizadas
não guarde da insônia
a raiva pela tensão
no atraso da vírgula
ao regular as frases
não guarde papéis de balas
de miúdas letras saudosas
no amargo do retorno
não guarde o embalo do berço
na voz suave do acalanto
em gesto de autoridade
não guarde na memória
o sono inconcluso da infância
no acordar repleto de verdades
não (a)guarde o transcorrer
das horas na inexistência do tempo
em que você é quem passa.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 24 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
RETORNOS
quando retornamos
a vida suspende seus atos
de recomeço: o avanço insignificante
na necessidade do reencontro: sonho
desfeito na primeira paragem: o desconforto
da volta na idealização do passado
em repetição indevida: o retrocesso
na chegada: corpo desabado em lágrimas
quando retornamos
temos consciência da volta: não lamentamos
a determinação de alertadas figuras
desde sempre: conhecemos nas nuvens
a inconstância: o vento determina
caminhos e desvios: alturas e cores:
a sede da chegada
quando retornamos
estamos cientes do pesadelo
terminado ao abrirmos a porta
e dizermos: chegamos.
(Pedro Du Bois, inédito)
a vida suspende seus atos
de recomeço: o avanço insignificante
na necessidade do reencontro: sonho
desfeito na primeira paragem: o desconforto
da volta na idealização do passado
em repetição indevida: o retrocesso
na chegada: corpo desabado em lágrimas
quando retornamos
temos consciência da volta: não lamentamos
a determinação de alertadas figuras
desde sempre: conhecemos nas nuvens
a inconstância: o vento determina
caminhos e desvios: alturas e cores:
a sede da chegada
quando retornamos
estamos cientes do pesadelo
terminado ao abrirmos a porta
e dizermos: chegamos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 22 de junho de 2014
sábado, 21 de junho de 2014
ALÉM
Além do despertar
habito hora
alguma
para lá
olho
na esperança
fosse a negação
repetição
em outro formato
e o rio possa
refazer curvas
e passagens
o além do sono
me habita
no que não tenho
de coragem.
(Pedro Du Bois, inédito)
habito hora
alguma
para lá
olho
na esperança
fosse a negação
repetição
em outro formato
e o rio possa
refazer curvas
e passagens
o além do sono
me habita
no que não tenho
de coragem.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 20 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
BIFURCAÇÕES
Quando acendo as luzes
vejo-me no encontro
fotografado em peça estática
de olhos sobre a porta
na fronte fechada
em novas entradas
A estrada não traz os companheiros
que foram embora na desigualdade
da porta aberta ao relento
na pesada idade da descontração
em notícias sobre músicas
envelhecidas: imagens dos mortos
e dos (não) vivos - são diferentes - presentes
ao encontro. Em cada sessão menos pessoas
buscam novos caminhos: bifurcações
de que minha bisavó contava histórias
de tempos perdidos e trajetos não percorridos.
(Pedro Du Bois)
vejo-me no encontro
fotografado em peça estática
de olhos sobre a porta
na fronte fechada
em novas entradas
A estrada não traz os companheiros
que foram embora na desigualdade
da porta aberta ao relento
na pesada idade da descontração
em notícias sobre músicas
envelhecidas: imagens dos mortos
e dos (não) vivos - são diferentes - presentes
ao encontro. Em cada sessão menos pessoas
buscam novos caminhos: bifurcações
de que minha bisavó contava histórias
de tempos perdidos e trajetos não percorridos.
(Pedro Du Bois)
terça-feira, 17 de junho de 2014
SOLIDÁRIOS
Ao nos aproximar
sabíamos
(sempre)
do perigo no encontro
- a sombra traz o todo
águas passadas
montanhas parem ratos
perigosos sujeitos
insensíveis ao tato
e aos olhos
domesticados em globalizados
estoques de átonos sentimentos
dispersamo-nos ao encontro
do desatino e o encontramos
só nos perguntamos
(às vezes
quando envelhecemos)
se não seria melhor
o outro caminho.
(Pedro Du Bois, inédito)
sabíamos
(sempre)
do perigo no encontro
- a sombra traz o todo
águas passadas
montanhas parem ratos
perigosos sujeitos
insensíveis ao tato
e aos olhos
domesticados em globalizados
estoques de átonos sentimentos
dispersamo-nos ao encontro
do desatino e o encontramos
só nos perguntamos
(às vezes
quando envelhecemos)
se não seria melhor
o outro caminho.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 15 de junho de 2014
EMBRULHOS
todo papel embrulha
embrulhos
embrulhados estômagos
acidificados em orações
desembrulham pedidos
em coisas conexas
o papel é o primeiro empecilho
para ver a chegada do barco
o opaco impede a vista da torre
amanteigada em formas
desembrulhado o invólucro
resulta inócuo
no sério e ousado
todo papel se transforma
em iguais maneiras
desobrigadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
embrulhos
embrulhados estômagos
acidificados em orações
desembrulham pedidos
em coisas conexas
o papel é o primeiro empecilho
para ver a chegada do barco
o opaco impede a vista da torre
amanteigada em formas
desembrulhado o invólucro
resulta inócuo
no sério e ousado
todo papel se transforma
em iguais maneiras
desobrigadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 14 de junho de 2014
sexta-feira, 13 de junho de 2014
LOCAIS
Meu endereço
mero adereço
do corpo estanque
aqui estou
aqui sou
aqui posso ser encontrado
longas cartas manuscritas
descrevem a dor nas lágrimas
da partida: selo
minha vida e a remeto
ao endereço
correto em minhas dimensões
notícias aportam sob a porta
no endereço fornecido
aqui estou
aqui sou
aqui fui encontrado.
(Pedro Du Bois, inédito)
mero adereço
do corpo estanque
aqui estou
aqui sou
aqui posso ser encontrado
longas cartas manuscritas
descrevem a dor nas lágrimas
da partida: selo
minha vida e a remeto
ao endereço
correto em minhas dimensões
notícias aportam sob a porta
no endereço fornecido
aqui estou
aqui sou
aqui fui encontrado.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 11 de junho de 2014
SUMIR
O desaparecido
buscado na angústia
(o telefone
mudo)
as providências legais
no prazo (decorrido)
o perigo do esquecimento
atormenta a lembrança
na incerteza (raiva controlada)
o desaparecimento na impotência
da esperança tornada tênue
olhos ansiosos além das vidraças
a certeza da não chegada
na interrupção da vida
por nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
buscado na angústia
(o telefone
mudo)
as providências legais
no prazo (decorrido)
o perigo do esquecimento
atormenta a lembrança
na incerteza (raiva controlada)
o desaparecimento na impotência
da esperança tornada tênue
olhos ansiosos além das vidraças
a certeza da não chegada
na interrupção da vida
por nada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 10 de junho de 2014
segunda-feira, 9 de junho de 2014
PREMISSAS
Premissas no entendimento roto
do maltrapilho espírito sapiente
cidadão do mundo
aramado que o cerca em verdades
desditas
a hora do almoço do literatos e suas letras
suspensas sobre armários
balões de ensaio frustrado
na intervenção em espaço
desaproveitado: o medo cerca
o discurso e o cego
avança o bastão
derrubando premissas
em reagentes químicos
de perguntas sobre futuros
créditos oficializados em dívidas de sangue
não pagas no exame diário das questões
repostas no branco na memória
premissas trocam de lugares
e alargam a sala: literatos se retiram
em alas: os de sempre
e os de agora
os recém chegados
e os matemáticos.
(Pedro Du Bois, inédito)
do maltrapilho espírito sapiente
cidadão do mundo
aramado que o cerca em verdades
desditas
a hora do almoço do literatos e suas letras
suspensas sobre armários
balões de ensaio frustrado
na intervenção em espaço
desaproveitado: o medo cerca
o discurso e o cego
avança o bastão
derrubando premissas
em reagentes químicos
de perguntas sobre futuros
créditos oficializados em dívidas de sangue
não pagas no exame diário das questões
repostas no branco na memória
premissas trocam de lugares
e alargam a sala: literatos se retiram
em alas: os de sempre
e os de agora
os recém chegados
e os matemáticos.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 8 de junho de 2014
O fantástico mora ao lado
Poemas em Diversos Afins 91, em:
http://jornalfantastico.wordpress.com/2014/06/07/diversos-afins-91-no-ar/
http://jornalfantastico.wordpress.com/2014/06/07/diversos-afins-91-no-ar/
sábado, 7 de junho de 2014
SILÊNCIO
Respira o silêncio: não existem vozes
diluídas em seu cérebro
nem mensagens
e ordens: nada além
do silêncio alucinando
a memória
na deslembrança
dos fatos perdidos.
Barulho em diferentes
formas (não o escuta?). A certeza
desmorona prosaicos sons:
e você
onde se encontra?
Repete o gesto: o silêncio se entranha
no que resta de onde vem o assustado
ser do que não é dito.
Retira o som: a batida sincopada
avisa da chegada: dísticos dizem
do som em árias
e sinfonias:
branco inferno: silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
diluídas em seu cérebro
nem mensagens
e ordens: nada além
do silêncio alucinando
a memória
na deslembrança
dos fatos perdidos.
Barulho em diferentes
formas (não o escuta?). A certeza
desmorona prosaicos sons:
e você
onde se encontra?
Repete o gesto: o silêncio se entranha
no que resta de onde vem o assustado
ser do que não é dito.
Retira o som: a batida sincopada
avisa da chegada: dísticos dizem
do som em árias
e sinfonias:
branco inferno: silêncio.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 6 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
FURACÃO
No furacão
o olho
quente zona
não erógena
justifica a fúria
e encaminha o traço
triste natureza
em espiral progresso.
(Pedro Du Bois, inédito)
o olho
quente zona
não erógena
justifica a fúria
e encaminha o traço
triste natureza
em espiral progresso.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 3 de junho de 2014
CICLOS
O meio da noite
repleto: dorme
até se evadirem as sombras
em outras cores
e coragem
onde se esvaziam os pensamentos
passados: os dias
acrescentam histórias em farsas acesas
nas repetições inócuas das passagens
o acordar transborda o instante
em que volta ao convívio
no lapidar das entretelas: acende
o dia no banho que antecede
o encontro: no falso
sorriso resplandecem alvos
dentes: é você o alvo
e não sabe.
(Pedro Du Bois, inédito)
repleto: dorme
até se evadirem as sombras
em outras cores
e coragem
onde se esvaziam os pensamentos
passados: os dias
acrescentam histórias em farsas acesas
nas repetições inócuas das passagens
o acordar transborda o instante
em que volta ao convívio
no lapidar das entretelas: acende
o dia no banho que antecede
o encontro: no falso
sorriso resplandecem alvos
dentes: é você o alvo
e não sabe.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 2 de junho de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
INJUSTIÇA
A revolta
a indiferença
a desonra
a injustiça não exige contrapartida
nem motivo e alegoria
se apresenta proprietária
e toma o espaço
avança
ergue muros
onde se abriga
os gritos não ultrapassam
as paredes na indiferença
contida em humores
desencontrados. A desonra
em desperdício
acompanha o corpo
ao desabrigo
soberba na injustiça
se refaz em glória
de novos amigos
servos
decompostos.
(Pedro Du Bois, inédito)
a indiferença
a desonra
a injustiça não exige contrapartida
nem motivo e alegoria
se apresenta proprietária
e toma o espaço
avança
ergue muros
onde se abriga
os gritos não ultrapassam
as paredes na indiferença
contida em humores
desencontrados. A desonra
em desperdício
acompanha o corpo
ao desabrigo
soberba na injustiça
se refaz em glória
de novos amigos
servos
decompostos.
(Pedro Du Bois, inédito)