quarta-feira, 27 de novembro de 2013

APENAS


Você
      pode alcançar
      o inatingível
      mas não quer correr riscos
                         e não sabe gerenciar o tormento
                    ou se alegrar com pequenos gestos

 apática
          aguarda a sua hora   
fosse o estopim e a corda
          ao redor do pescoço
 ou a espoleta sob a pedra

a espera desglorifica o sentido
e a consciência cede ao impulso
                           em quase nada.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Athos - Lúcia Freire

Fronteiras, em:
http://athos-luciafreire.blogspot.com.br/2013/11/fronteiras.html

TERRAS


A terra entre mãos desperta
a forma e a fome. Sintetiza
e reserva o espaço ao vazio.

Escorre a terra na conquista
           e reconhece na placa
            o nome antepassado.

A terra sobre o corpo em mortalha
na batalha vencida pelo cansaço
e desistência na indolência
do corpo
          superficial
                     da entrega.

A terra morta é abandono
em ávidas carícias.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 24 de novembro de 2013

FEITOS


Feito aço: a lâmina assusta
o corpo indefeso.

O olhar perdido em divagação
ao remoer o espaço

zune a lâmina atravessada
na distância do corpo trespassado.

Feito espaço: o aço é remetida
                       vida em cansaço.

(Pedro Du Bois, inédito)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PREFERIR


A preferência se apresenta
                          na alteração das cores
                                                 e traços:

 destroços do navio
casco submerso
boias
e botes
 
             mulheres
                 crianças
                      e ratos.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

DESENREDO


                    Chovo
                    o tempo
                    dedicado
                    à seca.

Seco a hora enredada. 

Falam em catástrofes: finalizo
                                     o inexistente.

Na esterilidade do planeta
aposto verdes plantas
e azuis marítimos: dói 

              a água derramada sobre o solo
castigado em vazios. O relógio desperta
o sono irreparável da espécie.

(Pedro Du Bois, inédito)

domingo, 17 de novembro de 2013

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MOVIMENTOS


a textura do linho
amassado no uso
em voltas
volteios
e faz de conta
 
 
o algodão trabalhado
na textura
e cor
       do branco horizonte
       sobre a seca terra
       vista ao longe
 
 
a roupa engomada
que veste
e sai

o homem e sua roupa
no (mesmo) movimento.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ares e Mares

Chá, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/cha-poema-de-pedro-du-bois/

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TRABALHOS


As razões das formigas em caminhos

de trabalho multiplicados em seres

mesquinhos de desamores e fantasias

 

o necessário das tristezas e rugas

          precoces sobre os rostos

deformados do passado

 

após e antes a realidade seca

possíveis lágrimas e desalinha

as roupas na faina diária

 

         formigas desavisadas

em atrasos

         são pisoteadas e mortas

 

não há maldade em quem as pisa

apenas raiva no langor

                  de se saber

                  poder de vida e morte.
 
(Pedro Du Bois, inédito)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ESPERA


Pena esperar
tanto tempo
a condução
que não chega

na permanente disposição
do futuro
e do fato
consumado

ficar nessa vida
curta de emoções e sentimentos

logo você
curioso
de viagens
e amores.

(Pedro Du Bois, inédito)

Meio tom

Janela Aberta, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo13janela.htm

Literatura sem fronteiras

A Criação dos Filhos, em:
http://literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2013/11/a-criacao-dos-filhos-pedro-du-bois.html

Leonardo Sodré

Chá, em:
http://www.leonardosodre.com/2013/11/cha.html

sábado, 9 de novembro de 2013

LUZES

cego, no escuro suspira
as horas claras das lembranças
onde forjou a vida de agora
no eterno anoitecer
e céus nublados

suas luzes interiores
clareiam o caminho
até a porta
a saída
a rua
o que conforta

tem a bengala e o sentido
o cão de companhia
e o alarido
dos pés pela calçada

o repetir da imagem
permanece no olhar
e na paisagem.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CALORES

água sob os pés
fria
   quente Sol
   sobre a cabeça
             exposta
             memória
             em lembranças

explica em versos
começos
  inícios
  meios
  e fins de histórias
em que predominam
                         amores

pés entre águas
frias
   o Sol esquenta
             a cabeça

abaixa a mão
            recolhe a água
e a escorre sobre o corpo.

(Pedro Du Bois, inédito)