quarta-feira, 28 de agosto de 2013

DIVERSOS AFINS

O Senhor das Estátuas (excerto), em:
http://diversosafins.com.br/?p=5381

LEONARDO SODRÉ

Primeira Viagem, em:
http://www.leonardosodre.com/2013/08/primeira-viagem.html

IGUALDADE

A igualdade sonhada
não se revela
no que mostra.

      A conquista
      é passo inicial
      na desigualdade.

               O caminho
               percorrido em entregas
                                 e o desmoronar
               do corpo no ferimento
                                        aberto.

(Pedro Du Bois, IGUAIS, Editora Projeto Passo Fundo, 2013)

sábado, 24 de agosto de 2013

VIDAS

Se nada traz que acrescenta
aos inúmeros pedidos
selecionados em tresnoitados
seres de tantas vidas

não é o que se identifica
ou o que de longe surge
em resposta na passagem

o trivial variado
e a risada forçada
no entreato da novela

o espetáculo da publicidade
empanturra e entope a mente
em imagem do que lhe interessa

o que traz o presente de quem
se apresenta ausente.

(Pedro Du Bois, inédito)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

El Rincón del Poeta - Libros y Letras

Requerer, em:
http://www.librosyletras.com/2013/08/el-rincon-del-poeta_22.html

Natal Press

Espinha, em:
http://www.natalpress.com.br/site/index.php/colunistas/76

Blocos Online

Atores, em:
http://www.blocosonline.com.br/literatura/arquivos.php?codigo=dd/ddpoe275.php&tipo=poesia

Outros 2 Poemas

Frases, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/08/frases.html

Outro sonho, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/08/outro-sonho.html

VINGANÇA

Não me peça
a raiva
disposta
em círculos
maiores
acolhida no todo
da parte
segregada

bem estar e forno engordurado
na obrigatória peça assada
para alimentar o corpo
antes que esfrie

o círculo na perfeição da forma
guarda a raiva
embutida
em vingança.

(Pedro Du Bois, inédito)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Athos - Lúcia Freire

Desabitar, em:
http://athos-luciafreire.blogspot.com.br/2013/08/desabitar.html

ESPERA

Esteja desatento
desavisado
desnorteado
desamparado
desviado
desvirtuado
desvalido

do lado de fora
enxergue o quarto
e sinta o perfume

tresnoitado busque refúgio
longe da entrada

destacado
destinado
desmiolado
desventurado.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ÉPOCA

Época em que esperam
repetir o feito

defuntos afloram
nos cânticos
com que oram
as horas que virão

desfocada imagem
permanece ao alcance
da criança que a resume
no riso com que a afaga
antes escureça de vez.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 17 de agosto de 2013

Estudo Geral

Iguais, em:
http://luis-eg.blogspot.com.br/

HORA

A hora da batalha no sorriso nervoso
com que olha entre lágrimas a certeza
de que a morte espreita nas balas
perdidas do  inimigos

faz da conquista profissão e a fé esmaece
sua força e físico ao saber das razões
do início e do dinheiro que lhe é pago

as posições definidas antes do início
em que os amigos estão ao lado
e na outra face a mesma angústia
que a espera encerra no antegozo
                                      do momento

a perda perpassa a mente
e seus olhos turvam
e as mãos tremem
sua morte capturada em duras realidades
famintas
       sedentas nas políticas
extremadas de discursos foscos
(paredes em que tiros entranham
a carne que não é sua)

do nada ao extremo gesto
no empunhar a arma
                          apontar
e disparar o tiro
              no inimigo
 que também dispara
contra você atento
ao sibilar da bala
que lhe atravessa o uniforme
e explode o corpo
em ossos e vísceras

é você o soldado errôneo
nesta guerra (estúpida)
em que os sentidos se perdem
antes dos tiros e cabeças feridas
não se entendem e violam leis
no aguardar os instantes
finais do embate
               em que se perdem vidas
                                     (por nada).

(Pedro Du Bois, inédito)

2 outros poemas

Morte, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/08/morte.html

Propriedade, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/08/propriedade.html

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meio tom

O Senhor das Estátuas (Márcio Almeida), em:
http://www.meiotom.art.br/res13du.htm

SOBREVIVÊNCIA

O sal
a água
a carne
a folha

na sobrevivência o encontro
e as contas pagas em divinas
prestações continuadas nos remédios
inodoros de fracos resultados.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 10 de agosto de 2013

Estudo Geral

Espinha e convite para o lançamento de Iguais, em:
http://luis-eg.blogspot.com.br/2013/08/projeto-passo-fundo.html

Arcanos Grávidos

O Senhor das Estátuas (Márcio Almeida), também, em:
http://arcanosgravidos.wordpress.com/2013/08/10/o-senhor-das-estatuas-de-pedro-du-bois-marcio-almeida/

O Senhor das Estátuas, visto por Márcio Almeida


O SENHOR DAS ESTÁTUAS, DE PEDRO DU BOIS

Márcio Almeida

            Ao escrever “Saber de pedra – o livro das estátuas” (1999), o professor doutor da UFMG Luís Alberto Brandão Santos como que criou uma taxionomia para o “gênero” ensaístico por demais incisiva e enriquecedora para o discernimento de livros similares. Segundo ele, entre a tarefa da estátua está a de concentrar em si mesma “um estado de alerta”, uma vez ser preciso saber “ser ela observada”, assim como ser também “ignorada no seu papel no funcionamento do maquinário urbano “garantida pela distração dos olhares em trânsito”; por ser ela “um anteparo para o exercício da indiferença: é importante que esteja lá, despercebida, exatamente para que a ação de não perceber ocorra.”

            A estátua tem, portanto, que enfrentar esse grande desafio, conforme acepção do mestre mineiro: “ser presença absoluta, radicalmente constante, na mesma proporção em que é ausência, coordenada nula para os sentidos.” Então Brandão Santos observa nas estátuas a força de uma presença sagrada, quando paralisada “por uma revelação”; quando “a nudez do corpo desperta polêmica”; quando a pose tem “a intenção de gerar um efeito, seja o de uma situação extraordinária, seja o de uma cena banal”; quando nela a água é “cristal recheado de movimento”; quando “as estátuas são guardiãs da verdade, mas também avisos de que a justiça só é cega se for muda”; quando, interagindo com o espaço urbano quer dizer que “a cidade que não muda não tem passado”, donde a estátua ser “maleabilidade temporal.”

            Além de ser síntese da vida, a representatividade das estátuas permite uma leitura de um processo de condensação de sentidos e de significações, pois é também o objeto de estranhamento que se vai identificar geralmente como obra de arte, adquirindo desse modo um caráter surpreendente e comportamento imprevisto para os olhares de sua identificação, dando-se a revelar em sua imutabilidade e indiferença. Contudo a estátua é também uma obra de arte e como tal ela é flagrada como o ar dotado de vida. Neste caso, diria Bachelard, “uma estátua é tanto o ser humano imobilizado pela morte como a pedra que quer nascer numa forma humana.” É tamanha, às vezes, a animação, que chega a lembrar La vénus d´ille, de Prosper Mérimée. Como faz lembrar Goethe quando diz em “Máximas e reflexões” que “as pedras são mestres mudos. Atingem com o mutismo o observador.” Ou a aceitar ou não a provocação de Guillevic, quando a faz em “Terraqué”: “Se um dia vires – que uma pedra te sorri – irás dizê-lo?”

            Pedro Du Bois sentiu-se provocado pelo tema e produziu O Senhor das Estátuas (Penalux, 2013), o mais consistente livro de sua vastíssima produção poética. A partir da motivação da obra do escultor João Bez Batti, o poeta generalizou reflexões alusivas à estátua, reunindo desde sua materialidade à abstração do objeto.

            Às vezes a síntese surpreende e vale por todo o livro: “O exemplo personifica a coisa – afeita e da madeira a forma – conformada no desbaste. – Lixa a peça – e a pinta – nas cores escolhidas. – A coisa transcende a ideia – original do dono – e se assenhora. (IV)” De outra feita o devaneio advém do metabolismo mineral com seu signo substancial a culminar no “próprio sonho do fogo excessivo”: “Imenso os aspectos – atraídos pelas mãos que criam a ilusão da vida. O metal tem olhos e ouvidos: não escuta e não enxerga. – A mão sustenta a luva. – os pés contraem a terra. - Diz que respira e oxida – Mãos recriam o fantasmagórico: escuta e enxerga. (XIV)”. De vez que há uma confissão do poeta: “Estátuas dizem segredos – engessados em acidentes (XXX). Para guardá-los, observa o poeta, o senhor das estátuas, como um operário da beleza imóvel, “decifra o silêncio – estendido nos olhos fechados e nas mãos postas (XXXII); “em todas as horas de todos os dias – observa o detalhe da pedra – o granito áspero – o mármore em água – o metal – a madeira retratada – [a sua própria] imobilidade do senhor diante do abismo (XXXIII)”. E outra confissão do senhor das estátuas: “Busca na estátua o significado – encravado  pelo artífice: a dor – a fertilidade – o coroamento – a desfaçatez – a guarda do corpo – decomposto em tempo. – Rebuscada em sua esterilidade – a estátua traduz o despropósito – de ser tomada como referência (L).” Por isso a conclusão que a estátua tira de si mesma: “A estátua não se submete – em servir ao senhor: recusa – o serviço incômodo – de ser movimento. – Não receia o castigo – de ser observada cegamente – em toque de mãos (LV)”.

            O senhor estatuário duboisiano é o que “não se conforma no limite, no bloco desgastado em cortes e no lixar recorrente”, mas o que “avança espaços – e se confronta com o inexistente”, o que “contempla o pensamento – e paciente recolhe aparas – de amarras desconfortáveis (XXXVI)”. O senhor das estátuas é o que “receia desconhecer na afetação da pose a madeira corroída em cupins: pedra esvoaçante em lançamentos concêntricos e o papel endurecido cola o refazer do sentido em perdida imagem (XXXVII)”. Em nível do folclore, “o senhor contempla a proa embevecida – na face encravada como promessa de travessia: a carranca reduz – o medo na necessidade da partida (XXXIX)”. Às vezes o senhor das estátuas as recupera “em enigmas indecifráveis”, quando “dispõe sobre as bases elementos concretos: ama o paradoxo da frieza da pedra – e no metal deixa a sua marca (XLVIII)”.

            Na concepção de Du Bois, “a estátua representa a ação intencional – da sobrevivência – e da criação deletéria – de outras vidas (LVII)”.

            Do tema imóvel ao texto mobilizador, O senhor das estátuas antepõe a poesia como espaço do objeto da matéria pensada para servir de reflexão ao “resultado da vida concretizada em atos confessados” (III), “memória e apresentação – impropriedade: proximidade entre o objeto e o modelo – monólogo entre a vida e a prisão em vida (XVIII)” – ao nada [que] é revisto no retorno – e ao tudo [que] se desorienta no estado primitivo (XXI)”; à “ilusão degradada em realidade” (XXIII”).

 
Bibliografia básica  

BACHELARD, Gaston. A terra e os devaneios da vontade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

SANTOS, Luís Alberto Brandão. Saber de pedra – o livro das estátuas. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

             

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

2 Poemas

Retornar, em:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/08/retornar.html

Futuro, em:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/08/futuro.html

TRAZER

porque trago o presente
a forma e o conteúdo
residem e ficam comigo

mesmo o escuro se mostra
no grito do pedido

o perdão na letra da canção
e o animal ciente da vontade

posso ter você para o sempre
lembrado tempo da estalagem
e apago as luzes satisfeito

porque a ilusão envolve o corpo
contido em luzes de apagadas
horas de sonhos e vontade.

(Pedro Du Bois, inédito)

Kilibro - prévia

Brevidades e Via Rápida, em:
http://www.kilibro.com/en/author/281445/pedro-du-bois

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Poesia Delivery

Iguais, convite para sessão de autógrafos, em:
http://poesiadelivery.blogspot.com.br/2013/08/projeto-passo-fundo-e-os-autores.html

Modus vivendi

Espinha, em:
http://amata.anaroque.com/arquivo/2013/08/espinha

Literatura sem Fronteiras

O Senhor das Estátuas, no comentário de Nilto Maciel, em:
http://literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2013/08/com-jose-albano-e-valquiria-monterosso.html#more

SONS

A música é a estrada
da fuga onde o império
se reparte no encantamento
que nos deixam os deuses
de papel e dos amores
sobrescritados em envelopes

sons nos transportam ao mundo
onde escutamos os tons e os tambores
invernais das primeiras cavernas: o osso
sobre a pedra e o silêncio em resposta

rolam pedras quando o monte
desmorona e quedas determinam
os sons do nascimento em novas
cavernas onde ecoam passados.

(Pedro Du Bois, inédito)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

World art friends

A CRIAÇÃO ESTÉTICA, em:
http://worldartfriends.com/store/297-a-criacao-estetica.html

Calaméo

O SENHOR DAS ESTÁTUAS, em:
http://pt.calameo.com/books/0018123016c389f594066

Kilibro

VIA RÁPIDA, em:
http://www.kilibro.com/en/book/preview/1267361/via-rapida

Ares e Mares

Ônus, em:
http://www.aresemares.com/index.php/materias-especiais/onus-de-pedro-du-bois-brasil/

SOBRE AS FORÇAS

Dizem sobre os processos em suas partes
na traição do que acontece em cada árvore
da tentação atraída pela bizarra figura
e do ódio concentrado em ações

fazem sugestões em relação ao tempo
de plantio e colheita e como se pega
o garfo com a mão esquerda e se chuta
a bola enquanto for primeiro o tempo

mentem descobertas científicas e palavras
recomendadas em prosa e verso do artista
que luta na emaranhada rede entre peixes
menores espécies na sobrevida das areias

gritam nossos nervosos tremores no rasgar
das folhas e no despertar a fera em rosnados
com que afugenta a presa ainda livre e reluz
o ouro em mãos de pedintes estátuas.

(Pedro Du Bois, inédito)

sábado, 3 de agosto de 2013

Meio tom

Ônus, em:
http://www.meiotom.art.br/dupo13onus.htm

Literatura sem Fronteiras

Testemunho, em:
http://literaturasemfronteiras.blogspot.com.br/2013/08/testemunho-pedro-du-bois.html

DESCALÇOS

Os pés descalços
sobre o acinte da calçada
em molhado caminho
intransitável de vontades
e subjetivas horas intercaladas
em haveres e teres

os pés
descalços
avançam e as pedras
não resistem aos contato
de passos em artimanhas
e frágeis poemas nus
sob as águas devolvidas
                              ao leito

descalços
em sombras inúteis entre muros
de cantos indizíveis do  que a natureza
diz e não cobra a obrigação de ali estar
no sentir o chão e o corpo entrelaçados.

(Pedro Du Bois, inédito)