A voz ressoa cantos
dos discursos pronunciados
entre a realidade e os sonhos
promessas
o significado estendido
ao passante que o leva
para outras passagens
rasga o envelope
e lê o texto:
o convite entre linhas
em branco fica a cobrança
do tempo passado
promessas
a voz cala o significado antigo
das conversas enquanto jovens
na permissão de sonhar palavras
joga fora o papel: ecos abalroam
a vida conseguida.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
LÍQUIDO
Sorvido o líquido
resta o copo
vazio
e seco
como restamos
como restam
como secos e vazios
estamos
no final
e no início
quando e onde
nos desencontramos
e o líquido escorre
em nossos olhos
como lágrimas.
(Pedro Du Bois, inédito)
resta o copo
vazio
e seco
como restamos
como restam
como secos e vazios
estamos
no final
e no início
quando e onde
nos desencontramos
e o líquido escorre
em nossos olhos
como lágrimas.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
EFÍGIE
o sentido
do corpo perdido
no olhar em frente
fosse batalha
a corredeira que vira os barcos
com passageiros em espasmos
de gozo e medo
o direito
de não ir embora
beber a água no sustento
que a terra não eterniza
sentido corpo
(escopo)
na batida do martelo
ossos cravejados
de articulações
em que a proposta
(tensa)
é dorso
da amarga efígie
em que se aconselham.
(Pedro Du Bois, inédito)
do corpo perdido
no olhar em frente
fosse batalha
a corredeira que vira os barcos
com passageiros em espasmos
de gozo e medo
o direito
de não ir embora
beber a água no sustento
que a terra não eterniza
sentido corpo
(escopo)
na batida do martelo
ossos cravejados
de articulações
em que a proposta
(tensa)
é dorso
da amarga efígie
em que se aconselham.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
TORMENTO
Ávido tormento
na hora perdida
entre notas
chapéu oferecido
na coleta com que sobrevive
o mendigo que pede auxílio
e ajuda em moedas
a tormenta castiga
a verdade exposta
em cada poça d'água
apodrecida em detritos
chapéu abanado
em despedida estéril
de amores que retornam
em invernos.
(Pedro Du Bois, inédito)
na hora perdida
entre notas
chapéu oferecido
na coleta com que sobrevive
o mendigo que pede auxílio
e ajuda em moedas
a tormenta castiga
a verdade exposta
em cada poça d'água
apodrecida em detritos
chapéu abanado
em despedida estéril
de amores que retornam
em invernos.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 22 de outubro de 2013
CONVIVER
O tratado diz ser impossível
remediar espaços desacompanhados
em olhos quase cerrados em lentes
de primeiros graus ou mais
ao menos faz completa
a nota inconclusa no repensar
os danos imateriais trocados
pela fé em crenças e pesadelos
de antes e depois no acordar
os seres que o assinam em risos
esses
sim
reconhecíveis em autenticações
de ressalvas e ressabiados ofícios
na oficialidade bilateral.
(Pedro Du Bois, inédito)
remediar espaços desacompanhados
em olhos quase cerrados em lentes
de primeiros graus ou mais
ao menos faz completa
a nota inconclusa no repensar
os danos imateriais trocados
pela fé em crenças e pesadelos
de antes e depois no acordar
os seres que o assinam em risos
esses
sim
reconhecíveis em autenticações
de ressalvas e ressabiados ofícios
na oficialidade bilateral.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
CHAVES
Chaves abrem portas
dispostas em arcos de armários
e estantes habituados
a guardar vidas e recados
pecados escondidos em bilhetes
a fotografia na demonstrada imagem
o calor do corpo no contato
chaves desdobram fechaduras
passadas em irreconhecíveis espelhos
recatos guardados em essência
infância resguardada ante a infâmia
orvalho ressacado sobre a grama
chaves têm a função funesta
do exercício da crítica
e da verdade.
(Pedro Du Bois, inédito)
dispostas em arcos de armários
e estantes habituados
a guardar vidas e recados
pecados escondidos em bilhetes
a fotografia na demonstrada imagem
o calor do corpo no contato
chaves desdobram fechaduras
passadas em irreconhecíveis espelhos
recatos guardados em essência
infância resguardada ante a infâmia
orvalho ressacado sobre a grama
chaves têm a função funesta
do exercício da crítica
e da verdade.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
PRESA
A serpente
sobre a pedra
olha o espaço
entre presas
a presa escapa
tal semente sob a terra
que escarpa o morro
a serpente sabe no começo
o caminho
aberto: em frente
desponta o vértice
do cálculo
azíago gesto
em que o tresloucado ser
se encontra: passado entre pedras
sente o calor iluminando o sangue
que congela
a pedra aprisionada (estátua)
em medos recebe o torque
no torpe
encontro em que gesticula a morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
sobre a pedra
olha o espaço
entre presas
a presa escapa
tal semente sob a terra
que escarpa o morro
a serpente sabe no começo
o caminho
aberto: em frente
desponta o vértice
do cálculo
azíago gesto
em que o tresloucado ser
se encontra: passado entre pedras
sente o calor iluminando o sangue
que congela
a pedra aprisionada (estátua)
em medos recebe o torque
no torpe
encontro em que gesticula a morte.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
SONHOS
Apenas os sonhos
maiores que a realidade
na janela encortinada
pelo barulho da água
de ermo passado
rua estreita em calçadas empedradas
de músicas ruins em cidades mudas
nas rarefeitas imagens escolhidas
esperas e espinhais
tramas e urdiduras
tremas e circunflexos
a repetição da música
em mesmos cantos
não os sonhos diante do agora
apropriado em redondilhas
e o que mais fizer
em imitações
(destina o óbolo à mão
que acena ao barqueiro
e tem o transporte).
(Pedro Du Bois, inédito)
maiores que a realidade
na janela encortinada
pelo barulho da água
de ermo passado
rua estreita em calçadas empedradas
de músicas ruins em cidades mudas
nas rarefeitas imagens escolhidas
esperas e espinhais
tramas e urdiduras
tremas e circunflexos
a repetição da música
em mesmos cantos
não os sonhos diante do agora
apropriado em redondilhas
e o que mais fizer
em imitações
(destina o óbolo à mão
que acena ao barqueiro
e tem o transporte).
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
terça-feira, 15 de outubro de 2013
FORJAR
Bato o ferro
(quente)
enformo
informo
o elemento
a forma
e a têmpera
desejada
a forja
o fole
o cheiro
e o calor
com que
(ferreiro)
sei do começo
a lâmina afiada
o fio da lâmina
a fiação que sustenta
a guarda.
(Pedro Du Bois, inédito)
(quente)
enformo
informo
o elemento
a forma
e a têmpera
desejada
a forja
o fole
o cheiro
e o calor
com que
(ferreiro)
sei do começo
a lâmina afiada
o fio da lâmina
a fiação que sustenta
a guarda.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
CARTÕES
Onde estão os cartões
antigos
de estampadas cidades
transformadas em selos
apreciados por colecionadores
letras em dedicatórias
viagens
para lugares inalcançáveis
histórias e notícias
amarelecidas
lembranças recuperadas
em tesouros inatingíveis
a certeza de que o tempo
nos envelhece em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
antigos
de estampadas cidades
transformadas em selos
apreciados por colecionadores
letras em dedicatórias
viagens
para lugares inalcançáveis
histórias e notícias
amarelecidas
lembranças recuperadas
em tesouros inatingíveis
a certeza de que o tempo
nos envelhece em vida.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Revista Lusofonia
Iguais, entre outros, na visão de Nilto Maciel, em:
http://revistalusofonia.wordpress.com/2013/10/04/eu-sou-som-sou-sons/
http://revistalusofonia.wordpress.com/2013/10/04/eu-sou-som-sou-sons/
ORDENS
Não repito as ordens recebidas
tenho o som rasgado do grito
na obediência cega
na desobediência a porta
trancada em ecos
dos canos de descargas
fossem tiros
no tanto que escondo
o corpo em amores
modestos na perspectiva
da barata tonta em luzes
as ordens dadas
não são cumpridas
no esmero
com que ergo o braço
e o líquido escorre
sobre a ferida
não cicatrizada.
(Pedro Du Bois, inédito)
tenho o som rasgado do grito
na obediência cega
na desobediência a porta
trancada em ecos
dos canos de descargas
fossem tiros
no tanto que escondo
o corpo em amores
modestos na perspectiva
da barata tonta em luzes
as ordens dadas
não são cumpridas
no esmero
com que ergo o braço
e o líquido escorre
sobre a ferida
não cicatrizada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 8 de outubro de 2013
ÚTEIS
Enquanto útil
fútil tarefa
o trabalho dignifica
espíritos embuídos
dos melhores propósitos
e os pais se fazem em festas
de final de ano
fútil tarefa no desconhecimento
de sermos criados no melhor dos mundos
transmudados em pesadelos não psicodélicos
a última canção daqueles anos
de tolos
sentidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
fútil tarefa
o trabalho dignifica
espíritos embuídos
dos melhores propósitos
e os pais se fazem em festas
de final de ano
fútil tarefa no desconhecimento
de sermos criados no melhor dos mundos
transmudados em pesadelos não psicodélicos
a última canção daqueles anos
de tolos
sentidos.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Labirinto Literário - 33a. edição
Para os leitores cadastrados, estamos, em:
http://labirintoliterario.blogspot.com.br/2013/10/editorial-sandro-ramos.html
http://labirintoliterario.blogspot.com.br/2013/10/editorial-sandro-ramos.html
domingo, 6 de outubro de 2013
CONSOLO E RAIVA
Tem em mim o consolo
e a raiva por perder seu tempo
em calmarias.
Quer o barulho no movimento
dos moinhos ante a tempestade.
O galo de prata rodopiando
no cinza escuro do horizonte.
A batida do sino em palavras
de quem quer ir embora.
Nos dias cinzentos de inverno
na sempiterna maneira de espiar
e entender o tempo
que não passa pela janela
em que o vidro permite a vista.
A visão atrapalha o consolo na raiva
do que identifica como seu e são meus
os retratos nas paredes de portas cerradas.
(Pedro Du Bois, inédito)
e a raiva por perder seu tempo
em calmarias.
Quer o barulho no movimento
dos moinhos ante a tempestade.
O galo de prata rodopiando
no cinza escuro do horizonte.
A batida do sino em palavras
de quem quer ir embora.
Nos dias cinzentos de inverno
na sempiterna maneira de espiar
e entender o tempo
que não passa pela janela
em que o vidro permite a vista.
A visão atrapalha o consolo na raiva
do que identifica como seu e são meus
os retratos nas paredes de portas cerradas.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
VOCÊ
Rasgo a página não inscrita que da perda
não ficará registros
do passado lavado
em passos imundos
de soberbos ataques
na chuva miúda
intermitente
sobre guarda-chuvas
abertos em proteção
e escudo: raios e trovões
não acontecidos na sequência
do desencontro
sim
você estava ali
seu perfume permanece
sobre o cheiro dos temperos e alguém cita
seu nome
e me volto em incertezas
página rasgada do que não escrevi no dia
que seria da chegada e não houve o tempo
seco das histórias de memórias difundidas
lendas sacramentadas em perdões e profecias
a chuva miúda aos poucos alaga a rua
em descaminhos
como os fins e os meios
repetidos em sangue não doado
sim
você esteve lá
seu perfume oferta
temperados pratos
insossos para sempre.
(Pedro Du Bois, inédito)
não ficará registros
do passado lavado
em passos imundos
de soberbos ataques
na chuva miúda
intermitente
sobre guarda-chuvas
abertos em proteção
e escudo: raios e trovões
não acontecidos na sequência
do desencontro
sim
você estava ali
seu perfume permanece
sobre o cheiro dos temperos e alguém cita
seu nome
e me volto em incertezas
página rasgada do que não escrevi no dia
que seria da chegada e não houve o tempo
seco das histórias de memórias difundidas
lendas sacramentadas em perdões e profecias
a chuva miúda aos poucos alaga a rua
em descaminhos
como os fins e os meios
repetidos em sangue não doado
sim
você esteve lá
seu perfume oferta
temperados pratos
insossos para sempre.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
SABER
Saiba do inacessível
em que a mesa
posta
nos recebe
em fome
e sede
secas mãos
de ásperas peles
secos pães
de ásperas crostas
secas mães
em ásperas esperas
reconheça o sentido
com que a janela
aberta
nos recebe
em visões
e cortinas
úmidos olhos
em desaguado
passado.
(Pedro Du Bois, inédito)
em que a mesa
posta
nos recebe
em fome
e sede
secas mãos
de ásperas peles
secos pães
de ásperas crostas
secas mães
em ásperas esperas
reconheça o sentido
com que a janela
aberta
nos recebe
em visões
e cortinas
úmidos olhos
em desaguado
passado.
(Pedro Du Bois, inédito)