Cansados homens
caminham
e o tempo
faz longo
o trajeto
mudam de vida
recomeçam
fazem do novo
o velho estagnado
no cansaço a lembrança
na antiga música
que cantarolam despercebidos
retornam à vida
olham os passos
e perguntam
sobre o cansaço desmedido
da caminhada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
ELEMENTOS
Sobre os elementos aproveita o cerne
o âmago não permite o acesso
só os sofredores depuram a espécie
e a dor cede onde os elementos se integram
a música se faz profana em atos decorrentes
da razão - por isso o espelho reflete - no esconder
divinas visões de bailes e máscaras
motores mostram o negro futuro em funções
e o calor é o suor dos corpos refrigerados
ante telas: teclados retiram palavras do isolamento
sem que saiba os elementos se recombinam
em infinitos recondicionados na natureza
aspereza com que pensa ser defensável
a vida e os seres reassumem velhas (novas) feições
no isolamento
dos frascos onde nascem sem tradição.
(Pedro Du Bois, inédito)
o âmago não permite o acesso
só os sofredores depuram a espécie
e a dor cede onde os elementos se integram
a música se faz profana em atos decorrentes
da razão - por isso o espelho reflete - no esconder
divinas visões de bailes e máscaras
motores mostram o negro futuro em funções
e o calor é o suor dos corpos refrigerados
ante telas: teclados retiram palavras do isolamento
sem que saiba os elementos se recombinam
em infinitos recondicionados na natureza
aspereza com que pensa ser defensável
a vida e os seres reassumem velhas (novas) feições
no isolamento
dos frascos onde nascem sem tradição.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 28 de abril de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
KAYA - Revista de Atitudes Literárias
ESCREVER:
http://kayarevistaliteraria.blogspot.com.br/2013/04/escrever-pedro-du-bois.html#.UWDX0qKG00k
ANSIEDADE:
http://kayarevistaliteraria.blogspot.com.br/2013/04/ansiedade-pedro-du-bois.html#.UWDbq6KG00k
CEDER:
http://kayarevistaliteraria.blogspot.com.br/2013/04/ceder-pedro-du-bois.html#.UWDi4KKG00k
SAÍDA
Tenho a sensação do esperado dia
a porta indica o caminho da saída
tenho o partir em busca do destino
a mala indica a hora da saída
tenho o amor ciente do que faço
o adeus aponta o choro da saída
tenho destemor no que faço
o tremor esconde o medo da saída
tenho a tradição do começo
na ruptura esqueço a saída
tenho o amor que me alimenta
o ódio impele à saída
tenho o destino feito estrada
e os costumes tolhem a saída.
(Pedro Du Bois, inédito)
a porta indica o caminho da saída
tenho o partir em busca do destino
a mala indica a hora da saída
tenho o amor ciente do que faço
o adeus aponta o choro da saída
tenho destemor no que faço
o tremor esconde o medo da saída
tenho a tradição do começo
na ruptura esqueço a saída
tenho o amor que me alimenta
o ódio impele à saída
tenho o destino feito estrada
e os costumes tolhem a saída.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 26 de abril de 2013
2 Poemas em outros sítios
ACORDAR, em Vale em Versos:
http://valeemversos.blogspot.com.br/2013/04/acordar.html
OCASIÃO, em Letras et cetera:
http://nanquin.blogspot.com.br/2013/04/ocasiao.html
quinta-feira, 25 de abril de 2013
FERRO
Torcido
o ferro adquire a forma
sustenta o concreto que embala
o corpo sufocado na força
com que a estrutura se instala
estamos entre paredes fechadas
que dizemos ser nossa morada
janelas entreabertas
e trancadas portas em defesa
dentro o mundo se transforma
em prisão dissimulada
torcido
o ferro se transforma
em eixo sustentador
enferrujadas vidas de faz de conta
em plásticos sobre a mesa:
como oferenda
o ferro retorcido
instala e sustenta.
(Pedro Du Bois, inédito)
o ferro adquire a forma
sustenta o concreto que embala
o corpo sufocado na força
com que a estrutura se instala
estamos entre paredes fechadas
que dizemos ser nossa morada
janelas entreabertas
e trancadas portas em defesa
dentro o mundo se transforma
em prisão dissimulada
torcido
o ferro se transforma
em eixo sustentador
enferrujadas vidas de faz de conta
em plásticos sobre a mesa:
como oferenda
o ferro retorcido
instala e sustenta.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 24 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
SINA
Obra teu dia
como te ensinaram
em casa
no colégio
no trabalho
discute projetos com teus familiares
teus amigos
teus colegas
teus superiores
faz tudo como contratado
e terás a recompensa
do domingo
do feriado
das férias
honra teu patrão que te dá o sustento
e te despede no primeiro contratempo
ou quando te julgar velho
para que continues.
(Pedro Du Bois, inédito)
como te ensinaram
em casa
no colégio
no trabalho
discute projetos com teus familiares
teus amigos
teus colegas
teus superiores
faz tudo como contratado
e terás a recompensa
do domingo
do feriado
das férias
honra teu patrão que te dá o sustento
e te despede no primeiro contratempo
ou quando te julgar velho
para que continues.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 22 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
JOVENS
Sou o último jovem
e nem tive a minha juventude
meu pai teria sido o último jovem
e nasceu velho
seu pai poderia ser o último jovem
e nem disso teve consciência
meu bisavô foi o último jovem
e perdeu a sua juventude
em viagens pelo planeta
o último jovem morreu
na puberdade
iludido de que o seu momento
era o marco a separar
os jovens e os velhos
velhos sonham ter sido jovens
e sobrevivem da sua imaginação.
(Pedro Du Bois, inédito)
e nem tive a minha juventude
meu pai teria sido o último jovem
e nasceu velho
seu pai poderia ser o último jovem
e nem disso teve consciência
meu bisavô foi o último jovem
e perdeu a sua juventude
em viagens pelo planeta
o último jovem morreu
na puberdade
iludido de que o seu momento
era o marco a separar
os jovens e os velhos
velhos sonham ter sido jovens
e sobrevivem da sua imaginação.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 19 de abril de 2013
VIDA
Sob a linha tênue
água abertura
o corpo estendido
morto
faz falta em casa
a hora agora
despedida
na glória enterrada.
(Pedro Du Bois, inédito)
água abertura
o corpo estendido
morto
faz falta em casa
a hora agora
despedida
na glória enterrada.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 17 de abril de 2013
HAVERES
Busco o anverso do que é dito
que toda palavra avessa ao atravessar
a hora da retirada fica mais um pouco
no que se nega no extremo do bendizer
converge ao ponto do desencontro
em que vozes se alteram no ritmo
da divisão e o cumprimento
se faz lento no desdizer
estremece no parágrafo posto à prova
de renovada estética em alterada forma
no desinformado texto de mais fazer
corrige a colocação das letras e o alento
do reencontro em falta no contradizer.
(Pedro Du Bois, inédito)
que toda palavra avessa ao atravessar
a hora da retirada fica mais um pouco
no que se nega no extremo do bendizer
converge ao ponto do desencontro
em que vozes se alteram no ritmo
da divisão e o cumprimento
se faz lento no desdizer
estremece no parágrafo posto à prova
de renovada estética em alterada forma
no desinformado texto de mais fazer
corrige a colocação das letras e o alento
do reencontro em falta no contradizer.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 16 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
VOZ
A voz apresenta
quem chega
no envolvimento
da chama acesa
asas planam abertos
espaços de oportunidades
perdidas enquanto o ciclo
se completa
despropositadamente revistos
na voz que os conhece
desde sempre
antes que as asas queimem
na voz que finalmente
se cala.
(Pedro Du Bois, inédito)
quem chega
no envolvimento
da chama acesa
asas planam abertos
espaços de oportunidades
perdidas enquanto o ciclo
se completa
despropositadamente revistos
na voz que os conhece
desde sempre
antes que as asas queimem
na voz que finalmente
se cala.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 14 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
MOEDA
A moeda gira
o chão recebe o impacto
a mão procura o metal
é meu o dinheiro
com que desgasto a vida
falsas quimeras
em palavras ocas
a moeda escolhe a fresta
onde esconde o valor.
(Pedro Du Bois, inédito)
o chão recebe o impacto
a mão procura o metal
é meu o dinheiro
com que desgasto a vida
falsas quimeras
em palavras ocas
a moeda escolhe a fresta
onde esconde o valor.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 12 de abril de 2013
quinta-feira, 11 de abril de 2013
LUAS
A lua enquanto gira
trilha
fixa
seu caminho
meu desencanto
enquanto
a vista
do eclipse
a esconde
na passagem
fixo
trilho
em guias
outros caminhos
eu e minhas luas
esbranquiçadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
trilha
fixa
seu caminho
meu desencanto
enquanto
a vista
do eclipse
a esconde
na passagem
fixo
trilho
em guias
outros caminhos
eu e minhas luas
esbranquiçadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
LetrasTRL n. 57, abril de 2013
Tenho o prazer de participar da referida revista
com dois poemas: HISTÓRIAS e REAÇÕES.
Os mesmos podem ser lidos em:
http://es.calameo.com/read/0001340973ae8a30190be
com dois poemas: HISTÓRIAS e REAÇÕES.
Os mesmos podem ser lidos em:
http://es.calameo.com/read/0001340973ae8a30190be
terça-feira, 9 de abril de 2013
ESPERAS
Na antessala a visita aguarda
na espera com que se dará
por satisfeito e irá embora
(antes firmará o cartão: estive aqui)
na antessala a visita espera
e aguarda a hora em que a sala
se abrirá ao encontro
(antes se olhará no espelho: estou aqui)
na antessala a visita aguarda
com o peso da arma no bolso
e o casaco se faz longo
como a espera
(antes rodará o tambor: está aqui).
(Pedro Du Bois, inédito)
na espera com que se dará
por satisfeito e irá embora
(antes firmará o cartão: estive aqui)
na antessala a visita espera
e aguarda a hora em que a sala
se abrirá ao encontro
(antes se olhará no espelho: estou aqui)
na antessala a visita aguarda
com o peso da arma no bolso
e o casaco se faz longo
como a espera
(antes rodará o tambor: está aqui).
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 7 de abril de 2013
TERRA
Celebro a terra que não me pertence
em cercas e arames
estradas
muros
amuradas
terra celebrada em plantações
de escassas margens
em árvores tombadas
ressecadas em lavouras aguadas
do que vejo nada me será dado
além do forçado pedaço
onde depositarão o corpo
ravinas
despenhadeiros
caatingas
e ervas rasteiras
o gado e o homem
bichos transversos
do que a terra guarda
e não oferece
vejo a terra
e nela escrevo minha propriedade
despossuída em arco
e flecha: a mira atira
a poeira sobre os olhos
em que a lágrima cai
indefesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
em cercas e arames
estradas
muros
amuradas
terra celebrada em plantações
de escassas margens
em árvores tombadas
ressecadas em lavouras aguadas
do que vejo nada me será dado
além do forçado pedaço
onde depositarão o corpo
ravinas
despenhadeiros
caatingas
e ervas rasteiras
o gado e o homem
bichos transversos
do que a terra guarda
e não oferece
vejo a terra
e nela escrevo minha propriedade
despossuída em arco
e flecha: a mira atira
a poeira sobre os olhos
em que a lágrima cai
indefesa.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de abril de 2013
ÚTEIS
A vida representa
nas ruas
margens
onde se mostram
pessoas não utilitárias
o sistema despreza
o que não tem uso
a família foge
no que desaparece
da vista dos iguais
aos iguais não cabe
a acentuação gráfica
os desiguais pensam
sobre a vida gráfica
de palavras gratificantes
postas à margem
das pessoas sem utilidade
aos usos gerais.
(Pedro Du Bois, inédito)
nas ruas
margens
onde se mostram
pessoas não utilitárias
o sistema despreza
o que não tem uso
a família foge
no que desaparece
da vista dos iguais
aos iguais não cabe
a acentuação gráfica
os desiguais pensam
sobre a vida gráfica
de palavras gratificantes
postas à margem
das pessoas sem utilidade
aos usos gerais.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 3 de abril de 2013
INDEMONSTRÁVEL
Em cláusulas o contrato exige
nossa vida válida em trabalhos
forçados modos de nos prender
enjaulado corpo transformado
no monstro que nos habita
em que o medo aflora
rasgamos a cláusula pétrea
e a jaula se escancara
em débitos futuros
achamos livre o espírito
na dívida que nos multiplica
perdida hora se repete
na voz calada dentro do quarto
e não somos o mesmo corpo
a ser demonstrado.
(Pedro Du Bois, inédito)
nossa vida válida em trabalhos
forçados modos de nos prender
enjaulado corpo transformado
no monstro que nos habita
em que o medo aflora
rasgamos a cláusula pétrea
e a jaula se escancara
em débitos futuros
achamos livre o espírito
na dívida que nos multiplica
perdida hora se repete
na voz calada dentro do quarto
e não somos o mesmo corpo
a ser demonstrado.
(Pedro Du Bois, inédito)