Em teu corpo
repousa o espectro
da renovação da vida
deusa terrestre
da conquista
avessa ao sacrifício
sabes deduzir a espera
e alimentar a vez
posta como fera
encaras o sentido
onde me guardo
e aguardas de mim
o que encerro
teu corpo seduz
o instante: o bastante
e o justo querer
do que me resta
resto em ti na diagonal
do espanto: és corpo
descoberto na espera anteposta.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
NOME
O nome identifica
o nome dito
o nome chamado
o nome exposto no edital de citação
o nome repetido no reconhecimento
a família
a rua
a casa
o lugar
o nome concentra a tensão
onde se esclarecem questões
as questões não têm nome.
(Pedro Du Bois, inédito)
o nome dito
o nome chamado
o nome exposto no edital de citação
o nome repetido no reconhecimento
a família
a rua
a casa
o lugar
o nome concentra a tensão
onde se esclarecem questões
as questões não têm nome.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
TEMPO
Tempo necessário: lembranças
sobrevivem aos fatos
deturpados em versões
invertem verdades
remetem o gosto
ao desgosto
das paixões esmaecidas
sobram letras condoídas
na canção: gosto etílico
noites se alongam
em mistério: o desconhecido
paga a conta e se retira
fatos permanecem
em copos translúcidos
a visão embaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
sobrevivem aos fatos
deturpados em versões
invertem verdades
remetem o gosto
ao desgosto
das paixões esmaecidas
sobram letras condoídas
na canção: gosto etílico
noites se alongam
em mistério: o desconhecido
paga a conta e se retira
fatos permanecem
em copos translúcidos
a visão embaça.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
LIVROS
Desde que os livros estejam
nas mãos acertadas
em leituras: o texto
oferece ao outro
o destino em papel
de recados
aos livros segurados em estantes
contemplada ociosidade do espaço
em letras atentas
aos assuntos: nomes desconsiderados
repousam histórias de mitificação
as mãos retidas em livros condensam
ideias no extremo da coragem: meses
menores na vagareza da brisa
acrescentada: a leitura amena
na ficção acobertada
das verdades.
(Pedro Du Bois, inédito)
nas mãos acertadas
em leituras: o texto
oferece ao outro
o destino em papel
de recados
aos livros segurados em estantes
contemplada ociosidade do espaço
em letras atentas
aos assuntos: nomes desconsiderados
repousam histórias de mitificação
as mãos retidas em livros condensam
ideias no extremo da coragem: meses
menores na vagareza da brisa
acrescentada: a leitura amena
na ficção acobertada
das verdades.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
DIÂMETRO
Diâmetro: a realidade não se acoberta
responde pelo exato
ao acerto das contagens
no estado primário
do ponto de fixação:
a distância aponta
sua metragem
o início o meio o fim
o fio tecido e trançado
por conta da distância percorrida
no beneplácito das promessas
o diâmetro se mostra confuso:
o tempo recompõe
a excelência da amostragem
no que quantifica
a identificação da hora
em que noticias se expandem
no trajeto e fios seguram
o destino.
(Pedro Du Bois, inédito)
sábado, 15 de outubro de 2011
ONDE
Onde está a praia descrita
pelos pescadores antigos
onde está a cidade de Londres
que não conheço: de onde vem
as informações imprecisas nos versos
do poeta que não está lá:
e não está Londres no lugar de sempre
que cidades mudam seus lugares
quando as levamos conosco
em nossas imobilidades
onde está a praia recordada
pelos pescadores. Seus filhos
perguntam sobre a praia
desconhecida em histórias
onde está a cidade de Londres
se Londres está
onde não estou.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
NÃO FAZER
Não me faço alegórico atrás de passados refeitos
em nenhuma glória: de graça o bagaço requer
o grito onde me acordo em sede de saberes:
sei do estudo do ensino do conhecer a história
dispensada em aspas de citações corretas e dos dias
surpreendentes dos mal entendidos: não me faço franco
o suficiente para acabar com as formalidades diárias
dos acontecimentos; estou presente ao histórico ato
conflagrado em tiros e discussões estéreis: as cartas
do baralho dispostas sobre a mesa contam passados
apunhalados em alegorias de discursos encadernados
sem ordenação: folhas soltas recriam ventos totais
nos horários desconcertados; não me faço apresentável
no trabalho unilateral dos desconsolos, ao diário
deixo o registro de ir embora no silêncio do encontro:
esquecer o texto soletrado no pouco tempo do estágio
reduzido em anos de esconderijos cofres e celas abertas
nas despedidas: não me faço benfazejo das horas
definitivas; não sou o escolhido ao recato do tesouro
de que me despeço sem outro olhar de quem faz contas.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 11 de outubro de 2011
LIBERDADE
Vejo livre de ofensas
oferecido ao limbo
bicho costurado
ao corpo
escopo
de razões adversas
libertado
em versos
no corpo
na desintegração
da rede destecida em espaços
a liberdade
conquistada ao tempo
onde se expandem
luzes energizadas.
(Pedro Du Bois, inédito)
domingo, 9 de outubro de 2011
BELEZA
Para que tudo (a paisagem
a passagem
o olhar
o estar) fique
como queremos
o trabalho
se faz barulhento
irritante
impertinente
se faz barulhento
irritante
impertinente
ao olhar
ao escutar
ao sentir no ar
a tensão das mãos
o gesto dos braços
o suor pelo corpo
a poluição nos olhos
(dispostos em linhas sucessivas
disparamos contra os inimigos
que revidam aos nossos gestos
em pé de igualdade).
ao escutar
ao sentir no ar
a tensão das mãos
o gesto dos braços
o suor pelo corpo
a poluição nos olhos
(dispostos em linhas sucessivas
disparamos contra os inimigos
que revidam aos nossos gestos
em pé de igualdade).
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
DOMESTICAR
Cavalgar o animal: acinte
em que nos fazemos hábeis
e indóceis na conquista
a supremacia
reflete a morte
na absorção dos fatos
ter as esporas
o laço
o cabresto
o buçal
fazer do animal o zeramento
da incógnita
dar-lhe comida
água
e abrigo.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
OUSAR
Ainda não ouso tocar
a essência do movimento: teso,
aguardo do vento a ventura
de estar presente
criança, anseio a velhice
no grito atravessado
ao poente
posso não estar certo
do momento, anseio
estar junto e coerente
no físico brilhar
da estrela
ouso o toque serpenteado
da verdade: arremesso a pedra
e aguardo
o toque surdo
dos encontros.
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
NORMALIDADE
Da normalidade do acaso
aos oferecimentos e ocasos
sei como afirmar o tempo
desnecessário de onde retiro
a anormalidade dos fatos
sobre o espaço do corpo
na sofreguidão da hora sei
da intenção singela do homem
perseguindo suas saudades,
do desencontro na lembrança
dos desacertos
perdido em pensamentos
irrealizáveis e de estar aqui sentado
a normalidade predispõe entregas enfatizadas
em regras encobertas aos que veem de fora
engano o próximo na solicitude do acordo
e me desfaço em inconsequências;
ao acaso confio a anormalidade
e do caos retiro a sequência dos ocasos.
(Pedro Du Bois, inédito)