Conhece do fato o sumo
e a sica
com que amarga
a boca
a resposta e a pergunta
diferenciadas
sentido gosto e o desgosto
da fruta inconsumível
no verde maduro
das paixões terminadas
sobre respostas aguarda
que as perguntas se completem
joga fora a casca
a semente
e o bagaço
não lhe interessam os sumos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
ESCREVER
Escrevo o pouco
desnecessário
aos signos: sinalizo
a finalidade e me desdobro
em esquecimentos
ao precisar o objeto
o trajeto recua
encontros: palavras
não significam: fragmentos
de experiências reduzidas
no esquecimento
ouço sua voz
e a eternidade obra
a recompensa: escrever
é limite da frequência.
(Pedro Du Bois, inédito)
desnecessário
aos signos: sinalizo
a finalidade e me desdobro
em esquecimentos
ao precisar o objeto
o trajeto recua
encontros: palavras
não significam: fragmentos
de experiências reduzidas
no esquecimento
ouço sua voz
e a eternidade obra
a recompensa: escrever
é limite da frequência.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
FRIO E MEDO
Trazes o frio e o medo
com que te cercas
através dos tempos
és o barulho das ondas
que te alteram
os passos
para e espera
outro sussurro ouve
apura o passo
corre e passa
em frente ao vento
e aos gritos
espanta as sombras
com que o olimpo
se apresenta invisível
tantas vezes invocas os deuses
não é agora o encontro
entre frios e medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
com que te cercas
através dos tempos
és o barulho das ondas
que te alteram
os passos
para e espera
outro sussurro ouve
apura o passo
corre e passa
em frente ao vento
e aos gritos
espanta as sombras
com que o olimpo
se apresenta invisível
tantas vezes invocas os deuses
não é agora o encontro
entre frios e medos.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
VIDAS
dor deparada no prenúncio
fim instalado
surdo
camuflado
cronológico
implacável
luta aberta em batalhas perdidas
na mutilação e reposição
dos corpos
a reinvenção do corpo
no reaproveitamento das partes
dor escondida na desvirtuação dos sentidos
onde ondas são apagadas
da memória
ondas retornam em vagas
o corpo completa o ciclo
o fim permanece e aguarda
a sua chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
fim instalado
surdo
camuflado
cronológico
implacável
luta aberta em batalhas perdidas
na mutilação e reposição
dos corpos
a reinvenção do corpo
no reaproveitamento das partes
dor escondida na desvirtuação dos sentidos
onde ondas são apagadas
da memória
ondas retornam em vagas
o corpo completa o ciclo
o fim permanece e aguarda
a sua chegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 23 de agosto de 2011
MOMENTO
Estás aí, momento
em que a vida
se transforma
e na escuridão
se faz presente
és notícia transmitida
em seca esperança
tens o instante e o faz infinito
no sofimento anunciado posto folha
no chão do inverno que se apresenta
na tristeza companhante
do fim dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
em que a vida
se transforma
e na escuridão
se faz presente
és notícia transmitida
em seca esperança
tens o instante e o faz infinito
no sofimento anunciado posto folha
no chão do inverno que se apresenta
na tristeza companhante
do fim dos dias.
(Pedro Du Bois, inédito)
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
PALAVRAS
A palavra descerra o pensamento na imaginação da confirmação
do todo. Tudo tem o (pre-s)sentimento de estar aos pés
da natureza a incerteza consertada em alvores. Persigo a matéria
deletéria em construções originadas na semelhança entre o saber
e o conter (em si) do rasgo. Rasgar, sei - e soube -, deslumbra
a palavra em significados desorganizados. Meu pensamento
absorve o extrato
retirado do acaso
e o faz perene.
(Pedro Du Bois, inédito)
do todo. Tudo tem o (pre-s)sentimento de estar aos pés
da natureza a incerteza consertada em alvores. Persigo a matéria
deletéria em construções originadas na semelhança entre o saber
e o conter (em si) do rasgo. Rasgar, sei - e soube -, deslumbra
a palavra em significados desorganizados. Meu pensamento
absorve o extrato
retirado do acaso
e o faz perene.
(Pedro Du Bois, inédito)
terça-feira, 16 de agosto de 2011
O NOME PROVISÓRIO
Não falo sobre os nomes.
Acredito na felicidade dos fatos
recontados em mistério: a moral
confabula figuras no limite
da história
do histerismo
do hiato.
Desacredito desde criança
na hesitação do mistério.
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, 5, Edição do Autor)
Acredito na felicidade dos fatos
recontados em mistério: a moral
confabula figuras no limite
da história
do histerismo
do hiato.
Desacredito desde criança
na hesitação do mistério.
(Pedro Du Bois, A PALAVRA DO NOME, 5, Edição do Autor)
domingo, 14 de agosto de 2011
INEXATO
Inexata hora da chegada,
sem quadro de avisos nem aviso prévio.
Confuso tempo em que está agora
sem classificar seu ponto de espera.
Inexato espaço a ser ocupado
pelo corpo de todas as horas.
Carícias com mãos suaves
amaciadas em tantos tratos.
Inexato tempo em rubras horas
do antecipado ocaso do dia raso.
Noite de estrelas entre nuvens
rápidas sobre as cabeças.
Árdua tarefa de descansar o corpo.
Ideias de afetos
em malcriada
espera da alvorada.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
MARGEM
Margem
realidade crua
entre faixas
que se estendem
como cobertura.
Marginalizados
buscam caminhos
onde não tenham
de participar efetivamente.
Da margem
empurrados para longe
como se possível fosse.
Margem
pintura da miséria
em placas indicativas
que nada dizem.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
TALVEZ A FELICIDADE I
Talvez a felicidade esteja nos pequenos nãos
ditos uns aos outros
passagens de pouco aproveitamento
negam evidências de que podemos ser felizes
esgarçam relacionamentos em tantos sins
insinceros sins que não se realizam
promessas prometidas promessas.
Talvez a felicidade seja o buraco na porta
réstias de luz a cegar nãos malditos
ditos nas horas erradas de tormentas
encontros entre árvores petrificadas
taludes de sins inexistentes.
Talvez a felicidade nem exista
sonhos irrealizados em dias frios
de negativas afirmativas estorvando
caminhos nunca abertos para nós.
(Pedro Du Bois, inédito)
(Pedro Du Bois, inédito)
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
SILÊNCIOS
SILÊNCIOS
Tanto conversamos
em silêncio
seus olhos perguntam
respondo olhares
mágoas
tristezas
iras
raivas
surdas maneiras
de nos fazer entender
não estarmos juntos.
SILENCIS
Tant conversem
en silenci
els seus ulls pregunten
responc mirades
marques
tristeses
ires
ràbies
sordes maneres
de fer-nos entendre
sense estar junts.
(Pedro Du Bois, inédito; versão para o catalão, gentileza
domingo, 7 de agosto de 2011
VISTO DO ALTO
A estrada
serpenteia entre morros.
Curvas de nível garantem
a produção nas lavouras.
O mar
na extensão da costa
repousa em ondas brancas
ao tocar a terra.
Manchas escuras indicam
a vegetação marítima: ilhas
submersas na maré alta.
Nuvens embaçam a vista.
A sombra do avião
projetada sobre a terra
na passagem.
(Pedro Du Bois, inédito)
serpenteia entre morros.
Curvas de nível garantem
a produção nas lavouras.
O mar
na extensão da costa
repousa em ondas brancas
ao tocar a terra.
Manchas escuras indicam
a vegetação marítima: ilhas
submersas na maré alta.
Nuvens embaçam a vista.
A sombra do avião
projetada sobre a terra
na passagem.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
DESSONHOS
Desimagino flores
Apetaladas
Desperfumadas
Desinteresso vidas
Inacantonadas
Epropriadas
Inecessárias horas
Desamanhecidas
Desapropriadas
Desimensa estrela
Não única
Desseriada.
(Pedro Du Bois, inédito)
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
OLHARES BREVES
Alinha pontos
em conversas breves.
Poucos cumprimentos
ao dirigir no trânsito.
A transitoriedade do olhar
na passagem do carro
que não o vê
refazer o caminho.
Águas rasas
nem assim límpidas:
o esgoto escorre o meio-fio
de entranhas expostas.
A idéia de retornar ao ponto.
Olhares se cruzam
(novamente)
como estranhos.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
OVNI
Que viram as pessoas que dizem
ter visto
discos voadores?
Viram
o que viram.
Mas não eram
discos voadores.
Apenas viram.
(Pedro Du Bois, inédito)
(Pedro Du Bois, inédito)